ABSTRACT
Introdução: A ampliação da equipe multiprofissional na Atenção Primária à Saúde (APS) inseriu categorias profissionais que tradicionalmente atuavam no atendimento de média e alta complexidade. O desconhecimento das atribuições dessas profissões pode ser um entrave à efetivação da interdisciplinaridade e do compartilhamento de práticas. Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar a compreensão dos profissionais da equipe de Saúde da Família e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) quanto às práticas da terapia ocupacional na APS, como membro da equipe NASF. Método: Esta pesquisa caracteriza-se como exploratória, de campo qualitativo, com dados colhidos individualmente, por meio de entrevista semiestruturada, aplicada com profissionais de uma equipe de Saúde da Família e uma equipe NASF. Utilizou-se a análise de conteúdo para tratamento dos dados. Resultados: identificou-se que a compreensão das equipes sobre a atuação do terapeuta ocupacional é parcial, associando sua atuação basicamente à saúde mental e à reabilitação, confundindo suas práticas com as atribuições de outros profissionais da equipe. Conclusão: Houve dificuldade para diferenciar práticas próprias do terapeuta ocupacional, mesmo quando há compartilhamento de trabalho. Isso sugere a necessidade de implementar estratégias, como o matriciamento, para superação das lacunas no conhecimento quanto às especificidades de cada profissão que atua na APS.
Introduction: The expansion of the multi-professional team in Primary Health Care (APS) input professional categories that have traditionally worked in the service of medium and high complexity. The lack of knowledge on the assignments of these new jobs can be an obstacle to effective interdisciplinary and sharing practices. Objective: The study aimed to analyze the professional healthcare team understanding on the Family and Support Center for Family Health (NASF) and the practices of Occupational Therapy in APS, as a member of NASF team. Method: This study is characterized as exploratory and qualitative field, with data collected individually, through semi-structured interviews with professionals of a Family Health Team and a NASF team. We used content analysis for data processing. Results: We identified that the understanding of the teams on the role of the occupational therapist is partial, linking their practices basically with mental health and rehabilitation, confusing their duties with the other team members. Conclusion: It was difficult to differentiate occupational therapist own practices, even when the work is shared. This suggests the need to implement strategies, such as matrix-based strategies to overcome the gaps in knowledge between the team and the specifics of each profession engaged in APS.